domingo, 21 de junho de 2015

Kirby's Dream Land: Nostalgia Análise

Nostalgia Kirby's Dream Land: Como o Dream World precisou de um salvador fofo, gorducho [e branco] pela primeira vez.



Em meados do remoto ano de 1992, era lançado para o Game Boy, console portátil da Nintendo, o game Kirby's Dream Land. Desenvolvido por Masahiko Sakurai, que seria conhecido também pelo crossover Super Smash Bros., o título, segundo as palavras do próprio criador, deveria ser simplista e bem simples e ter como principal foco, a diversão. Segundo e enredo do título, o Rei Dedede roubou todos os alimentos dos habitantes de Dream Land, a Terra Natal de Kirby. Por isso, o jovem protagonista e futura bolota rosa (já que no Game Boy não existia cores, ou seja, Kirby era branco) deveria resgatar todos os alimentos até a meia-noite. Vale destacar que foi uma das primeiras vezes que a Nintendo se utilizou de uma mescla de duas gerações em um portátil, que foram as Terceiras e Quarta Gerações (NES e SNES). No entanto, a principal novidade no novo [e um dos] mascote da Companhia de Kyoto era seu poder inusitado de sugar inimigos e assim, obter todos os poderes especiais deste inimigo. No entanto, não é somente inimigos que Kirby pode literalmente engolir, objetos como frutas e pedra podem ser degustadas pelo personagem, assim como algumas "folhas", que farão Kirby voar. No entanto, a grande pergunta é; custando cerca de R$ 7,00 na Nintendo e-Shop, o título pode ser considerado na hora de se adquirir algo da rede online ou não? Muito curto? Fácil? Essas respostas serão dadas nesta análise!



Aprovado:


Não é só o Mario que possui poderes especiais!

Talvez um dos aspectos mais divertidos do título é a utilização quase obrigatória dos poderes do personagem principal, Kirby. Graças a sua incrível habilidade de sugar seus oponentes e objetos, a jogabilidade é melhorada, visto que é neste momento que o personagem tem "formas" de atacar seus inimigos, pois ele poderá relançar tudo que engolir como uma forma de projétil. Além de degustar inimigos e objetos, Kirby pode também se transformar em um balão  simplesmente engolindo um pouco de ar, isso faz com que a maioria dos ataques de inimigos terrestres sejam esquivados. No entanto, em determinadas áreas do game, haverão rivais voadores ou até mesmo espécie de canhões que com toda certeza, irão te acertar enquanto estiver voando (planando ou flutuando, como quiser). Nos principais chefes, em especial os das últimas fases, o jogador deverá ser eficiente em utilizar tanto Kirby como lançador de projétil quanto como um balão, tudo isso devido a dificuldade que cresce a cada instante no título (e também por que eles são os chefões finais, não teria graça se não tivesse dificuldade)!

Um começo morno, um meio "Ok" e um final que no mínimo é irritante no bom sentido!!

No mundo preto e bege, rosa não existe!
Uma das principais dúvidas daqueles que jogam ou querem jogar Kirby's Dream Land é o seu nível de dificuldade. Observando bem, no início da aventura, assim como a maiorias dos jogos, inclusive os atuais, o jogo começa de forma bem "morna", justamente para localizar o jogador na jogabilidade do título em geral. No entanto, se no primeiro grande chefe, a árvore Whispy Woods, (que também aparece em Kirby's Return to Dream Land do Nintendo Wii) é praticamente impossível morrer, no confronto final contra o Rei Dedede, tenha certeza absoluta que você passará um bom tempo tentando acertá-lo com seus projéteis, se esquivando de seus golpes de martelos e ao mesmo tempo pulando para não ser esmagado pelo Rei Malvado. No entanto, se você achou ruim isto, saiba que se ocorrer o famoso "game over" ou se por acaso o portátil fosse desligado, o jogador deveria reiniciar toda a sua partida. Em outras palavras, não havia um modo de salvar o título. Porém, na versão de Virtual Console do Nintendo 3DS, esta opção pode ser efetuada, o que deixa assim a dificuldade um pouco mais balanceada e consideravelmente menor que a do título em sua forma original.

"Esquerda, Direita, Assim Assim, Pra Lá e Pra Cá!"

Talvez a característica principal do título, que o tornou inconfundível e mostrou que a Nintendo sabe produzir games de qualidade do gênero side scroller, mas com algumas peculiaridades. Neste título, Kirby pode se mover para frente, para atrás, além da esquerda e direita, e em algumas ocasiões para cima e para baixo dependendo do cenário que é mostrado para o jogador, em uma forma de jogabilidade basicamente nos moldes do gênero plataforma, mas com uma movimentação mais "livre" do que nos jogos do encanador bigodudo Mario. Além disso, o estilo de plataforma em duas dimensões se tornou padrão da franquia, persistindo até os dias atuais em seus games da série principal. Com essa simplicidade na forma de se jogar, além de um personagem carismático e com vilões inteiramente novos, Kirby's Dream Land poderia ter intervenções do já conhecido Mario, no entanto, sua essência era e ainda é inteiramente única, transformando a bolota rosa em um ícone de Masahiro Sakurai e da própria Nintendo.

Graficamente bonitinho e com uma trilha sonora bem polida para a época.

Objetos arremessados? Que bom! Kirby quer comer!
Visualmente falando, o título é tecnicamente muito bem trabalhado. Embora na época do Game Boy, não existisse a paleta de cores (o portátil era apenas preto e branco) os desenhos dos adversários e do próprio Kirby conseguiam passar certo carisma e eram muito bem desenhados. Sesu cenários, embora não se mostrassem com os mesmos caprichos que os personagens também aparentam estar bem trabalhados. Para combinar com todos estes quesitos e com o carisma de Kirby, não poderia faltar uma trilha sonora prática e simples, mas que mantivesse o ritmo do título certo? Certíssimo. Vale lembrar que os "sons" aqui mencionados são da era dos 8-bits, algo que deixa bem próximo a trilha sonora dos primeiros Pokémon, e não uma verdadeira orquestra para os seus ouvidos. Contudo, os simples sons do título conseguiram combinar com a sua premissa, facilitando ainda mais o ar de "interesse" pelo título.


Reprovado:


Não, como assim? Já acabou?

Essa é a principal falha do título. Se você aprecia por exemplos games como o da franquia Pokémon, conhecido pela sua extensão e pela durabilidade, saiba que Kirby's Dream Land é extremamente curto, contendo no total apenas cinco fases (sendo a primeira não contada muito como "fase" e sim mais um tutorial). Embora possua uma forma de "Extra Mode" em sua forma original de cartucho de Game Boy, esta extra que poderia dar mais durabilidade ao título foi retirada de sua versão virtual. No entanto, mesmo com esse novo modo, o título acaba não ganhando muito, visto que o principal do enredo, que é passar por diferentes fases até finalmente chegar no Pinguim vestido de Rei já foi terminado. Sendo assim, o título acabou sendo conhecido por ser um título curto. Não que isso seja um ponto completamente negativo, mas acabou desagradando muitos jogadores que esperavam pelo menos um fator maior de replay.

Morreu? Começa tudo de novo!

Kirby's Dream Land é um dos poucos games que demonstram que simplicidade de jogabilidade e dificuldade com os seus inimigos podem andar lado a lado em um único titulo. Se o problema da curta duração é evidente, especialmente na versão de Nintendo 3DS, como já foi mencionado, o título em sua versão original não permite que o jogador salvasse as fases na qual já havia vencido. Isto é considerado um contratempo gigantesco, pois se o jogador sofresse um game over ou então a bateria do portátil acabasse repentinamente, todo o game teria que ser reiniciado obrigatoriamente. Vale lembrar que este problema (que acabava por aumentar a dificuldade) de certa forma foi concertado na sua forma virtual, pois, no virtual console do Nintendo 3DS, existe um modo de restauração em que o jogador pode "gravar" através do portátil onde parou no jogo.


Veredito:


Ao mesmo tempo que é simplista e difícil, Kirby's Dream Land acaba sendo um título morno para se jogar nas horas vagas:

Infelizmente, Kirby's Dream Land consegue uma façanha negativa, ser um título "curto" demais mesmo com uma mescla bem harmônica de facilidade com dificuldade. Mesmo que o título tenha seus pontos favoráveis, como os personagens carismáticos, em especial do personagem  Kirby, seu visual muitíssimo bem trabalhado com uma trilha incluída que completa o figurino, além de sua jogabilidade que consegue "roubar" um pouco dos títulos de Mario mas mantém uma essência própria. Tudo isso, ajuda na imersão do jogador para auxiliar o protagonista a salvar o mundo de Dream Land. No entanto, a não possibilidade de salvar (lembrando, a sua versão original) e ainda por cima a pouquíssima quantidade de fases tornam o título não viável para alguns jogadores, especialmente aqueles que não apreciam um título que praticamente não possua um fator gameplay alto ou até mesmo do gênero plataforma. Em suma, o primeiro título da bolota rosa da Nintendo criado por Masahiro Sakurai pode ser divertido para alguns, na verdade até para bastante pessoas, no entanto, alguns outros podem não aceitar a imersão e a inconstância do título especialmente no seu pequeno cartucho de Game Boy. No entanto, em sua versão digital no Virtual Console, o título ganhou um "ar" melhor e pode ser uma experiência muito mais agradável, visto que a possibilidade de salvar, embora excluído e modo extra, fazem com que jogadores novatos que tenham créditos na rede online da Nintendo se aventurem nos primeiro titulo da bolota rosa. Por fim, Kirby's Dream Land não é um título ruim, mas acaba se restringindo a um público que já está acostumado com o seu gênero.


Notas:


Com a nova versão do Nintendo Fiction, a nota atribuída para cada um dos jogos analisados será dividido em duas categorias, a Área Técnica e a Área Dinâmica. Na área técnica estão contidos três quesitos, Áudio Geral, Gráficos e Artes Visuais, enquanto que na área dinâmica temos Longevidade, Jogabilidade e Diversão. Por fim, teremos a média geral de nota para o título.





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