Um dos componentes mais
lógicos no mercado de videogames são os jogos. Até mesmo uma criança de cinco
anos de idade sabe que, se algum brinquedo eletrônico não tem jogos que
agradam, ela não pedirá ao papai ou a mamãe para comprar e assim pode se
divertir e esnobar com todos os amiguinhos reunidos na sala de estar em uma
tarde de sábado. Mais do que isso, o sinônimo do mercado de videogames hoje é
muito mais amplo, pois as crianças cresceram; se tornaram homens e mulheres que
ainda adotam a idéia de um bom tempo a frente TV liderando exércitos contra
batalhas épicas, enfrentando zumbis ou até mesmo atravessando plataformas e
fases cheia de desafio apenas para o divertimento. E, nesse mercado que agora é
multimilionário e que arrecada até mais do que o cinema, a 8° Arte deixa um
legado importante que será exposto neste breve artigo. Até quando o termo
“exclusivo” consegue segurar a expectativa do público, em um meio que agora é
tão conectado, tão multifacetado que não pertencer ou pelo menos ser
considerado inferior já cria barreiras terríveis para o sucesso de plataformas
e a tristeza de seu fim.
E sim, se você reparou nas
últimas palavras do parágrafo anterior, me refiro a ninguém menos do que o
Nintendo Wii U... A toda a Nintendo na verdade. Tudo pelo simples motivo: tanto
o console de mesa quanto até mesmo sua plataforma mais rentável, o portátil 3DS
não possui sequer o apoio das chamadas empresas Third-Parties, que aqui
chamarei carinhosamente de terceirizadas. Na outra ponta pela disputa do
mercado, temos Sony e Microsoft que, além de ter seus próprios jogos
exclusivos, lutam, digladiam-se por cada dólar, euro, real ou yene com
políticas que vão desde a facilidade de conversão de jogos as suas plataformas
até mesmo ao pagamento de exclusividades temporárias. A questão aqui é: por que
essas empresas, por mais que se desvirtuem do caminho que o mercado julga como
certo retornam aos seus patamares, e a Nintendo, desde a época do Wii, e agora
com seus dois consoles não consegue o aval de praticamente ninguém (adota-se o
termo ninguém como as empresas ocidentais de videogames, pois no Oriente o 3DS ainda
tem uma chama bastante sólida acesa). Vejamos com números o que foi apresentado
até agora nesta E3 e depois explicaremos a situação pela qual a empresa se
passa.
Durante a E3 de 2015, a
maior feira do entretenimento eletrônico, realizada em Los Angeles,
praticamente todas as mais imponentes empresas do ramo mostraram seus trabalhos
e o que está por vir neste meio de ano e no início do próximo para todas as
plataformas disponíveis no mercado; PlayStation 4, Xbox One, PC, Wii U, 3DS e
os equipamentos móbile. Pegando as apresentações de Bethesda (de Doom e
Fallout), Square Enix (Final Fantasy e Dragon Quest), Ubisoft (Assassin’s Creed
e Watch Dogs) e Eletronic Arts (FIFA), quatro empresas de renome no mercado,
NENHUMA, volto a dizer, nenhuma teve um título sequer renomeado para as
plataformas da Nintendo. E foram pesos pesados no mundo dos jogos, Dark Souls
III, da Namco foi anunciado pela conferência da Microsoft, mas será
multiplataforma, Fallout 4 e Dishonered 2 serão do trio PC-ONE-PS4, Final
Fantasy VII completamente remasterizado para a Sony e PC, assim como Street
Fighter V da Capcom, o novo Tom Clancy’s, da Ubisoft, também estará engatilhado
neste trio. Para a Nintendo, apenas um game, Just Dance 2015, este que será
lançado também para o seu antecessor. No fundo, o que tudo isso quer dizer?
A primeira verdade a ser
dita é que: não, não é de exclusividades que um console de mesa ou portátil
vende, mas sim pela sua biblioteca integral de jogos. Claro que falar isso,
numa frase tão curta sem explicar deixaria vago para que pessoas interpretassem
de maneira errada, chegando inclusive a frases como (mas Mario e Zelda são as
franquias da Nintendo, é o que vende nela!). De fato, exclusivos são
importantes para diferenciar uma plataforma de outra, mas e quando nem mesmo os
títulos de multiplataformas, que em tese deveriam sair em todas as plataformas,
não saem naquela em específico, é o mercado que está errado, ou é a empresa que
não anda por um bom lado? Numa maneira fácil de falar mais tendo uma lógica de economia
por trás, seria o seguinte: cada individuo tem o seu próprio gosto, e fará as
suas escolhas de forma subjetiva, tendo três consoles a disposição, é claro que
esta pessoa analisará os prós e os contras e, de acordo com o quanto ela possui
para gastar, comprará aquilo que mais lhe agradar. Em um mundo sem
multiplataformas, os exclusivos seriam os únicos membros desta equação, e então
sim, seria fácil saber as escolhas vistas que seriam as empresas que produzem
os consoles as responsáveis por também produzir seus jogos. Quando se coloca
então os multis no meio da equação, percebe-se que o console que não possui
sequer estes jogos fica a mercê de suas próprias exclusividades, e isso é claro
não o tornará mais atrativo para os jogadores em geral. (Por que eu teria um
videogame que tem bons exclusivos, mas que outros lançamentos muito bons jamais
chegarão a minha plataforma, se eu também tenho outra marca com exclusivos
legais e que tem tudo que as terceirizadas estão fazendo?) Entendem a lógica!
A situação para a
Nintendo só não é pior pois a Sony não conseguiu decolar no mercado o
PlayStation Vita, sua versão portátil de videogame, pois embora não pareça
tanto, o 3DS sofre da mesma carência que seu irmão mais robusto de mesa.
Quantos jogos de outras empresas, excluindo é claro as orientais (e pode-se
colocar elas também, verá que apenas Atlus e alguns jogos da Square Enix e
Level-5 chegam) surgem no 3DS senão os da própria Nintendo? É fácil contar no
dedo.... No Wii U então, sobram-se os dedos nesta triste conta. Como contra
ponto, o exemplo do Xbox One é incrivelmente igual, mas também o oposto na
matéria de tentar “arrumar o que já estava ruim”. Em seu período de lançamento,
o XOne não embalou tanto quanto o PS4, e a principal crítica era a falta de títulos.
Rapidamente, a Microsoft foi esperta o suficiente para apaziguar todas as
inimizades que poderiam existir e tratou de sentar e conversar com todas as
empresas que poderiam lhe ajudar, inclusive as orientais, o ponto mais fraco da
norte-americana. De tantas conversas e formas de auxílio, jogos começaram a
aparecer para a plataforma, seja de forma exclusiva quanto temporária, mas se
mostravam e fazia o Xbox One uma plataforma bem mais competente. A Microsoft
conseguiu retornar o seu console a um formato que agradava tanto ao público em
potencial quanto a quem trabalhava em seu sistema, algo que novamente a
Nintendo não conseguiu perceber e manteve o seu erro. Não é raro ver em
empresas terceirizadas a dificuldade de relacionamento com a Nintendo.
A situação para a
Nintendo só não é pior pois a Sony não conseguiu decolar no mercado o
PlayStation Vita, sua versão portátil de videogame, pois embora não pareça
tanto, o 3DS sofre da mesma carência que seu irmão mais robusto de mesa.
Quantos jogos de outras empresas, excluindo é claro as orientais (e pode-se
colocar elas também, verá que apenas Atlus e alguns jogos da Square Enix e
Level-5 chegam) surgem no 3DS senão os da própria Nintendo? É fácil contar no
dedo.... No Wii U então, sobram-se os dedos nesta triste conta. Como contra
ponto, o exemplo do Xbox One é incrivelmente igual, mas também o oposto na
matéria de tentar “arrumar o que já estava ruim”. Em seu período de lançamento,
o XOne não embalou tanto quanto o PS4, e a principal crítica era a falta de títulos.
Rapidamente, a Microsoft foi esperta o suficiente para apaziguar todas as
inimizades que poderiam existir e tratou de sentar e conversar com todas as
empresas que poderiam lhe ajudar, inclusive as orientais, o ponto mais fraco da
norte-americana. De tantas conversas e formas de auxílio, jogos começaram a
aparecer para a plataforma, seja de forma exclusiva quanto temporária, mas se
mostravam e fazia o Xbox One uma plataforma bem mais competente. A Microsoft
conseguiu retornar o seu console a um formato que agradava tanto ao público em
potencial quanto a quem trabalhava em seu sistema, algo que novamente a
Nintendo não conseguiu perceber e manteve o seu erro. Não é raro ver em
empresas terceirizadas a dificuldade de relacionamento com a Nintendo.
Resta para a Nintendo a
seguinte questão: ou ela muda completamente o foco a que se dispõe trabalhar
com outras empresas ou será consumida pouco a pouco pelo mercado de jogos. Se
antes não tínhamos tanta conectividade quanto agora, com pessoas conseguindo jogar
e falar do Japão ao Brasil em uma partida de corrida ou de tiro em primeira
pessoa; fica difícil se manter fora de um círculo que se tornou trivial
(gráficos; interatividade online). Ainda mais difícil é criar inovação. Não sou
contra a inovação, a área das idéias é incrivelmente bela ao ponto de criar
perfeitas obras primas. O problema é que da mesma forma que você colhe os
louros de uma excelente e brilhante idéia, você pode amargar algo que o público
não considerou assim tão inovador ao seu tempo. Quem diria, por exemplo, que o
DS seria um sucesso como foi? Um apoio grande, de jogos de todos os tipos (até
mesmo o Call of Duty, da Activision, produzido pela N-Space tinha qualidade,
não igual aos consoles, mas tinha) e de todas as empresas praticamente, a já
citava Activision, Konami, Capcom, Ubisoft. O Wii, embora sofrendo também com a
falta de títulos também recebia vez ou outras versões de jogos multiplataformas
(ele ainda recebia, o Wii U não recebe NADA).
Nesse cenário, uma medida de
médio e longo prazo para que a Nintendo não passe mais por isso seria aumentar
primeiramente os seus estúdios internos. Sabemos que a poupança da empresa é
grande devido as suas divulgações de patrimônio e tudo mais, e nada melhor do
que investir na própria imagem em tempos em que se deve mostrar tão inovadora
quanto à empresa sempre ousou ser. Estúdios mais amplos em número e em
trabalhadores reduziriam as janelas para lançamentos da empresa, e esta “seca”
que o Wii U e possíveis novas plataformas não venham a enfrentar, ou se
realmente acontecer de forma bem mais branda, mesmo que no pior dos cenários,
nenhum jogo de terceirizadas viesse ao seu sistema (o que de fato acontecesse).
O segundo ponto é parar, sentar e rever suas táticas para com estas mesmas
empresas. O que elas querem? Realmente podemos trabalhar juntas e conseguir
agradar a todo um mercado? Conseguiremos lucros com estas parcerias? O que
falta na Nintendo hoje é exatamente olhar ao passado e perceber que seus
exclusivos são bons, mas que, se não acordar e entrar no jogo que ela um dia já
foi mestre será apunhalada por todos os lados sem nenhum aliado ao seu lado. A
escolha da Nintendo só depende dela mesma, resta começar a pequenos passos esta
mudança.
Nenhum comentário :
Postar um comentário